sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sermão (continuação)

Temos os cães, então do nosso lado para nos ajudar a clarear essa burrice, utilizando o seu faro inato, característica indispensável na sua esperteza.
O mau génio, e a crueldade é sentida como é uma tempestade: o animal vai se sentir ameaçado, o pêlo vai eriçar, e os uivos serão ensurdecedores. Aí está, ele tudo faz para ser tomado em conta, e para que a sua voz seja ouvida bem longe, pelo mais distante semelhante.
Ele (o cão) nunca saberá que quem se aproxima nasceu na Ásia, por isso terá uma tez mais amarelada, uma cultura de milhares de anos com alguns temíveis pormenores. Assim como também não sabe que quem vem do lado dele é um Europeu, com tez pálida, com um suposto nariz empinado por toda a sua cultura e historial de vitórias e conquistas heróicas do Mundo. Assim como também não saberá que muito provavelmente o homem que se encontra prostrado no chão terá sido em tempos um dos mais sofridos homens, pela sua cor mais escura própria da sua África quente. Assim como não saberá dizer que o homem sentado na poltrona com um sorriso, de cabelos longos e tez avermelhada em tempos vivia no meio duma savana húmida, fugido de homens, como ele o é. E nesse conjunto o cão, muito menos poderá dizer que esses homens são apaixonados entre si na sua forma mais pura, quais amantes. Saberá apenas que são quatro homens, quatro humanos. E apenas pelo faro (que poderemos chamar como o tal conhecimento de causa) saberá se serão de bom ou mau génio.
O conhecimento de causa parte não de uma massa influenciada por estúpidas crenças, nem por tradições erróneas e lendas descabidas. Mas parte sim do individuo em si, que responde pelos seus próprios actos e por aquilo que é, apenas um cidadão do mundo; não pertencente a nenhuma área restrita que reflectirá uma personalidade e uma qualidade não existente. O que interessa é que assim como os cães, saibamos o que a pessoa faz para com a humanidade, para com o seu semelhante e próximo irmão... seja o mais importante na nossa avaliação.
A premissa será a semelhança, e não a suposta discrepância dum rafeiro e dum de raça, que em nada são credíveis como características intrínsecas dum cão.
O pêlo mais seboso, duma chuva que vem choca do céu (pormenor não facultativo), um lombo mais curvado pelas constantes chibatadas dadas pelo seu amigo humano. Estes Rafeiros, serão os mais fiéis ao seu faro, ao seu conhecimento de causa. Com a constante procura, e a imperfeição inata e saudável em si. Que os afasta apenas pelo seu duvidoso aspecto aos olhos dos outros cães. E aí o homem teme. O homem teme tudo o que luta e sabe o que é ser o que se é. Teme a clareza das coisas. Teme a verdade desde sempre. Serão sempre os abafados e os desprotegidos, os ricos de espírito. Aguardando a mais bela recompensa, com um dia ao sol. Podíamos humanos ser assim fiéis a nós? Ser fiéis ao que acreditamos? Mesmo que alimentados de ossos podres e da mesma água choca que nos suja o pêlo, teremos o mesmo brilho nos olhos por sermos assim libertos duma verdade perpétua... Saberemos sempre identificá-la.
Por outro lado, o sedoso toque daquele pêlo, e a esbelta estatura e postura, dum de Raça, torná-lo-a o poderoso que mesmo que não busque, achará. O sol brilha-lhe no pêlo todos os dias vindo do céu (pormenor não facultativo). Criando assim a sua vaidade qual carapaça, que cega o homem, fazendo com que passe a mão no lombo do cão vezes sem conta. A carne dada de alimento será o que lhe apodrece o interior, sendo dos animais mais domáveis e estúpidos. Formando a cadeia destrutiva duma massa que cresce cada dia que passa. Marcando terreno, mijando em tapetes alheios dos que se deixam levar, fracos de espírito tornando assim tudo acessível à destruição global. São movidos pelo ego e pela burrice.

[Extenso mas findo desta primeira parte... espero que gostem.]

terça-feira, 26 de maio de 2009

Uma espécie de Sermão aos Cães no Séc. XXI

Apresento-me aqui neste papel electronizado, com a esperança de que um dia a humanidade possa cheirar as almas como fazem os cães. Porquê os cães? Não são eles os reconhecedores do bom dono, ou do mau indíviduo? Não são eles que uivam quando a tempestade está a minutos de distância? Sim, são eles, os cães. Então que melhor farei eu se não falar com eles, que melhor compreendem a raça humana que o humano em si mesmo.
Não pretendo de todo fazer ultimatos nem pregações como faria o Padre António Vieira, ou até mesmo o meu inspirador Eça de Queiroz. Abrindo-nos os olhos severamente para uma realidade que não desaparecerá nunca na História da Humanidade até que haja mais algum sacrificado de alma para vir gritar bem alto (aos cães) que estamos incrivelmente metidos na merda.
Já que nos comemos uns aos outros; já que sofremos dum síndrome carnívoro; já que somos tão irracionais que mete pena. Mais vale então concluir que nos fodemos tanto, que nem puta somos, pois nem de pagamento necessitamos. E quem se vende, não tem o luxo como acompanhante no título, visto que a imundicie da sua alma permanece ali. Somos incestuosos, em orgias combinadas com a superioridade da nossa burrice. Aqui é que está a principal demanda: A burrice.
Os cães são espertos, dizem os homens. Não discordo, visto que o nosso mal é a burrice e o irracionalismo. Falemos então com os cães, sem necessitar de ladrar. Deixamos isso para os humanos ignorantes o fazerem.

A partir daqui desenvolver uma “teoria” será das coisas mais fáceis.
Sabemos então que esta lacuna na parte trabalhadora do cerebro nos deita por terra e faz-nos lamber o pó, movendo-nos a todo gás. Deviamos, portanto ser vacinados contra a raiva e lamber as nossas feridas no inferno, que é para lá que vamos, neste futuro promissor.
Não sei ao certo que fizemos tão afincadamente ao longo dos séculos. Se matámos e proibimos, se escravizámos e violámos... Creio que fizemos pior que isso. Mas em troca de quê?!
Relacionamo-nos uns com os outros esperando pela perfeição da alma, e a imortalidade do corpo, banalizando quem julgamos ser inferiores. Que tipo de humano somos nós, capaz de catalogar os outros? Não somos todos semelhantes vistos num espelho sem defeitos...?!
O nosso extremismo leva-nos ao ponto de catalogar os nossos estimados cães, que eu na minha humilde demanda os tomo como fiel exemplo, assim como eles o são. Temos então como catálogo uma secção de Rafeiros, e uma de Raça.
Podemos usar a esperteza deles como modelo de vida, visto que gritar aos homens não chega!

Olhando o cenário mundial em que todos se ajudam e todos se fodem, não tendo em conta que se tornou uma cadeia infindável em que acaba por voltar a nós vezes sem conta. Não há aqui quem rosne mais. Não mais. Todos se babam, cheios de raiva, sem palavras a proferir em forma de resolução.
Mijar no tapete não faz com que aquele seja o seu tapete, e ai a burrice torna tudo outra vez acessível.
Mas de que burrice falo eu? Falo da burrice que existe porque nunca se quis saber. Falta de conhecimento de causa é o principal vírus desta nefasta doença nos Humanos.




[A continuação virá posteriormente.]

sábado, 14 de março de 2009

"Eu jogo à bola tu arrumas a casa."

Desde séculos que passamos pelo ideal de que homens fazem isto e mulheres fazem aquilo, querendo de certa forma impor um sexo mais forte. Nem nunca percebi em que termos se regem nessa designação. Força física, força psicológica, carácter, inteligência? Enfim, esteriotipos.
Desenvolvendo o tema por ai, querem-me dizer que o homem faz desporto (futebol, wrestling, karaté, rally, formula 1, vela, ski); é contrutor civil, pedreiro, carpinteiro, mecânico, agricultor; médico, advogado, engenheiro (duma qualquer). Humm, é mais forte, mais prático, mais racional. Por outro lado, também me querem dizer que a mulher, é enfermeira; educadora de infância; professora primária; pediatra; cozinheira; doméstica(com tudo envolvente); bailarina; cantora; actriz, ginasta. Humm, é mais frágil, mais sentimental, mais para ficar em casa.
Ah! Não me tinham nunca avisado enquanto civil e cumpridor das leis portuguesas, que no nosso Código Civil estava declarado:
Os seguintes empregos para os cidadãos de sexo masculino são: (lista)
Os seguintes empregos para os cidadãos de sexo feminino são: (lista)

Eu creio que me vou tornar tanta vez repetitivo, mas parece que tem mesmo de ser. Ora bolas, vamos lá ver estamos em que século mesmo para ver se não me enganei e se crianças de 13 anos, me vêm dizer que dança é para meninas...?! Hum, ao fim de várias pesquisas, estamos mesmo no XXI. Afinal a emancipação feminina já passou, a revolução industrial também, o 25 de Abril de 1974...
Ah, é mesmo isso afinal o mundo está com humanos, que antes de géneros, são pessoas, e depois de pessoas, são inteligentes, e depois disso tem capacidades. Bem, o que eu aprendi hoje, cada pessoa tem a sua "queda", cada um tem a sua aptidão não nos vamos ridicularizar por querer etiquetar o que é sem etiqueta.
Não vamos guerrear mais, numa batalha sem vencedor, nos sexos, e no que cabe a cada um, cabe sim é amar e respeitar.






sexta-feira, 6 de março de 2009

Amar clandestinamente

Eu creio mesmo que as pessoas têm uma infindável capacidade de amor, e de demonstração do mesmo. O que quero eu dizer com isto? Eu muitas das vezes em adolescente e como jovem adulto creio que somos capazes de amar duas pessoas. Mas será isso mesmo possível?

Ora bem, não sei. Ahah.



Não. Não fico por aqui afinal tenho que 'opinar' já que fiz um blog para isso.
Deste assunto não quero despoletar o ideal de poligamia, não no sentido de manter relacionamento com mais que um amante; mas posso querer frisar a poligamia em direcções de sentimento e atenção amorosa.
Há uns quinze dias falei com umas senhoras, e cada uma com a sua opinião, foi posto na mesa que a poligamia poderia ser um acto animal, grotesco. Sinceramente, não concordo. Apenas creio que a o ser humano não é de todo monógamo... Assim como os animais irracionais.
Mas nós somos tão racionais ou tão pouco que usamos o sexo para bel-prazer, e para satisfazer todos os nossos apetites poligamos se possível.
E como fazemos nós isso? Amamos uns e 'sexuamos' outros. Não recrimino, se calhar apoio, somos narcisistas o suficiente para isso.
O que talvez nos falte mesmo é amor-próprio. Usando o amar mais que um, seremos nós e por exemplo duas pessoas no nosso leque. Essas duas pessoas estão a perder a total atenção, mas quando têm conhecimento do estado em que estão; mais uma vez o amor-próprio lhes falta.


Se calhar ao fim de lerem este texto vão pensar: 'Então mas ele falou de tudo e mais alguma coisa.' Pois falei. Então pensem comigo: Se não fossemos poligamos por natureza, amaríamo-nos mais, porque nos contentaríamos com uma só pessoa. Mas não, o que nos torna automáticamente narcisistas e com falta de amor próprio.
Deixemo-nos de paradoxos.
Digamos que, é tudo uma questão de prazer. Mas teu...

quarta-feira, 4 de março de 2009

O racismo já não existe! É de última hora...

Conforme tinha no meu post de apresentação, na definição de Esquizofrenia, ela é alimentada pela audição. E olhem que eu no outro dia ouvi dizer (por uma pessoa que deve ser mais maluca que eu) que a criminalidade e vandalismo em Portugal, devia ser galardoada aos meus ilustres semelhantes, Africanos, os chamados 'pretos', vá!
Digo-vos, não fiquei espantado com tal comentário visto que disto ouço a cada esquina.
Mas continuando com o que ouvi, ainda da mesma pessoa, foi que não sabia que ainda existia Racismo... Ai sim, fiquei espantado! Ahahah.
Desenvolvendo o assunto da minha parte numa teoria explanatória, mas não de todo apoiante a 100% por saber bem o dois lados da questão; e mais pessoas presentes nessa saudável discussão (saudável porque quis manter a calma...) tentamos fazer ver-lhe, a esse jovem rapaz, que também existem pessoas de raça branca (odeio nomear raças, porque para mim não existem...) nesses bairros mais étnicos, ou sociais, que têm comportamento delinquente. E tudo depende da pessoa que és e daquilo que pretendes para ti, claro está que também devemos ter em conta factores sociais, familiares, económicos. Todo um rol de razões predominantes que levam aquele comportamento. E por ainda existir o tal Racismo.
Coisas que toda a gente sabe, portanto.
E como se não bastasse já ter sido surpreendido, pela suposta não existência de Racismo no séc XXI, ele conseguiu superar-se e dizer-me que: «Mas são influenciados pelos 'pretos'».



Bem em termo de conclusão, que tema mais batido do que este não há:
«Será que os pretos não têm sentimentos?», questionou-se ele, tão puramente.

Meu caro, da próxima vez que quiseres ser racista, não te esqueças que os BRANCOS também tem sentimentos.







Confessando-vos bem que me ri na altura, e me rio agora quando recordo.

Welcome!

Começo aqui um novo blog de opinião como se já não faltassem iguais que chegue. O conceito é básico, a opinião também.
Creio que aqui nesta página, a minha segunda, vou por em prática parte do meu intelecto esquizofrénico e partilhá-lo ao mundo através das minhas palavras. Serão mais que pensamentos. Não pretendo mudar o mundo, nem melhorá-lo.
Será tudo leve e desproporcional. Então não vivemos nós no planeta do livre arbítrio?

"A esquizofrenia (do grego σχιζοφρενία; σχίζειν, "dividir", e φρήν, "mente") é uma doença mental grave que se carateriza classicamente por uma colecção de sintomas, entre os quais avultam alterações do pensamento, alucinações (sobretudo auditivas), delírios e embotamento emocional com perda de contacto com a realidade, podendo causar um disfuncionamento social crônico." Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Deixo aqui a definição, em forma de despedida neste primeiro post.



Vamos nos tentar redefinir alargando a nossa loucura. (É apenas mais uma opinião.)


Regards,

Saint Yago